Como desenvolver e incentivar a inovação no Time Fiscal?

Estamos em tempos em que transformação digital, inovação 4.0 das áreas de negócios e backoffice, tax transformation e reforma tributária são temas principais de congressos, fóruns e webinar fiscais.

Devemos estar atentos ao está acontecendo no ambiente tributário, saber quem são nossos potenciais parceiros em soluções de inovações tributárias, identificar as oportunidades possíveis ao negócio e com impacto direto no resultado da empresa, bem como obter uma maior eficiência nos processos e compliance fiscal da empresa.

Vale lembrar, que o Brasil é um dos piores lugar do mundo em burocracia tributária segundo o Doing Business, ocupando o último lugar dos 190 países analisados, com 1.958 horas por ano para atender todas as regras tributárias do fisco. Esse índice faz parte do Custo Brasil e o mais preocupante é que não estamos só perdendo para grandes países da OCDE (159 horas), mas para países da américa do sul, onde temos aproximadamente o dobro das horas gastas na Bolívia, penúltima colocada no ranking e muito mais que as 330 horas da américa latina.

A gestão do compliance tributários, bons indicadores fiscais, mitigar os riscos, aproveitar todas as oportunidades tributárias, ter visão de negócio, ser resiliente, liderar e engajar a equipe em prol de todos esses resultados são atividades triviais que os executivos C-Level esperam dos gestores fiscais.

O desafios é identificar formas de agregar os temas em um time fiscal engajado, mas também sobrecarregado com as atividades fiscais triviais.

A inovação vem das pessoas e não das tecnologias.

Nós gestores precisamos entender que a inovação só é possível quando passamos a ouvir nossos colaboradores, nossos clientes internos e externos. Precisamos compreender que apesar da enorme quantidade de players e soluções tecnológicas existentes no mercado, a tecnologia é um suporte da inovação que pretendemos promover dentro de nossa empresa ou departamento, mas não é o fim.

Em entrevista ao site projetodraft.com, Luca Cavalcanti, diretor de pesquisa, inovação e canais digitais do Bradesco diz que: “Para uma empresa ser inovadora, ela precisa dar voz às suas pessoas. Ao mesmo tempo em que elas têm que ter abertura para poder criar e fazer parte desse processo”.

Desta forma, precisamos passar aos nossos colaboradores, que eles são protagonistas de suas próprias carreiras e não o expectador, tendo a oportunidade de promover uma transformação funcional da função fiscal.

Esse protagonismo não se confunde com individualismo, mas deve ser acompanhado de conexão entre aos demais colaboradores, onde pode impulsionar as realizações individuais e consequentemente trazer resultados surpreendentes para o time fiscal.

Quando conseguimos transmitir aos colaboradores a ideia que são pessoas que inovam os negócios, despertamos substancialmente o engajamento necessário para ter um time inovador e obter processos mais eficientes, podendo produzir mais, melhor e com menos custos.

 Criando um ambiente de inovação e implantação.

 Em entrevista à Revista Exame, Luís Rasquilha, Presidente da Innova Consulting afirma que “Nada adianta ter uma sala cheia de pufes e post-its se a cabeça dos líderes não está voltada para a cultura de inovação”

Desta forma, precisamos incentivar a colaboração de todos, inclusive com a participação de áreas de TI e Recursos Humanos.

O ideal é que a inovação seja uma iniciativa da alta gestão, com a criação de comitês e uma mudança estratégia cultural e empresarial para disseminar essa ideia através de políticas de RH para toda a empresa. Desta forma, fica mais fácil internalizar a cultura de inovação dentro do time fiscal e obter a participação de outras áreas, mesmo sabendo que algumas áreas possuem uma maior prioridade do que outras.

Mesmo que sua empresa não possua uma política de inovação, ainda assim é possível despertar o espírito inovador e ter colaboradores engajados em conhecer mais os processos da empresa e as principais tecnologias de Robotic Process Automation (RPA) e Inteligência Artificial (AI) existente no mercado. No entanto, a atitude nesse processo é primordial, já que obter todo esse conhecimento e não gerar ganhos, com o tempo desmotiva a equipe, bem como, existe a perda do investimento através das horas trabalhadas dos profissionais participantes nesse processo.

Uma ferramenta bastante interessante para inserção dos colaboradores nesse processo de inovação, é criação de um fórum mensal, onde todos podem estruturar e apresentar ideias de inovação a ser desenvolvida no time fiscal. Consequentemente, esses temas passam a ser projetos de melhorias contínuas e devem ser acompanhados semanalmente em reuniões rápidas de status.

Não menos importante, uma política de recompensas financeira e não financeira, por ideias implantadas e transformadas em resultados para o negócio da empresa, é um excelente incentivador para que novas ideias não fiquem somente no papel, mas que possam ser estruturadas e implantadas.

É surpreendente como descobrimos que muitas das vezes essas inovações não possuem nenhuma tecnologia sofisticada embarcada, mas uma simples mudança no processo pode trazer ganhos de tempo e mitigação de riscos fiscais.

 Conclusão:

 O compliance fiscal, mitigação de risco e planejamento tributários são atividades triviais dos gestores fiscais.

 O desafio é engajar as equipes fiscais pela a inovação, passando pelo o conhecimento dos processos internos, principais soluções e players do mercado. Entendendo que são as pessoas que promovem a inovação e a tecnologia é um meio e não o fim.

Transformar esse conhecimento em resultados passa pela a atitude de tirar a equipe da zona de conforto e desafiá-los a mudar processos e obter colaboração de outras áreas da empresa.

Criar fóruns internos é uma ferramenta importante para compartilhar, amadurecer e implementar as inovações fiscais mapeadas, bem como desenvolver em todo o time o espírito inovador.

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